IRMÃ MONIQUE SE DESPEDE DO BRASIL APÓS 25 ANOS DE MISSÃO NA SAÚDE
Religiosa e missionária marcelina, pioneira em serviços de saúde da capital, se prepara para missão na África
Irmã Monique Bourget, recentemente, completou 25 anos de missão no Brasil, a frente de uma das mais importantes obras marcelina no país, o Hospital Santa Marcelina e a rede de Atenção Primária à Saúde, localizados na região de zona leste da capital paulista. E no final de fevereiro, a religiosa e médica, deixará o Brasil rumo a uma nova missão, desta vez na Benin, um país do continente africano ocidental e com extrema necessidade de assistência educativa e de saúde.
“A congregação decidiu abrir novas frentes e que precisávamos ir para África, além da educação também deveríamos iniciar a missão de saúde.”, destaca a religiosa.
Na zona leste da cidade de São Paulo, Irmã Monique tem se dedicado ao longo dos anos para o fortalecimento das políticas de saúde, através da implantação das equipes de saúde família, em 1996, o que contribuiu para o desenvolvimento da atenção primária na região. Atualmente, o Santa Marcelina gerencia 128 serviços de atenção primária e cerca de 250 equipes de saúde da família na região, além de três hospitais de média complexidade. Na área da educação, Bourget foi uma das idealizadoras do curso de medicina na Faculdade Santa Marcelina e a formação de médicos especialista em Medicina de Família e Comunidade, uma referência no país. E esteve a frente das Diretorias Técnicas dos Hospitais Santa Marcelina- Itaquera e Itaim Paulista.
Sobre Irmã Monique| De origem canadense, Irmã Monique entrou na Congregação das Irmãs de Santa Marcelina em 1989, quando realizava os exames para estudar medicina. Formada em 1992, pela Universidade McGill, a religiosa se especializou como medica de família e comunidade, veio para o Brasil em 1994, após um pedido da congregação para auxiliar na missão de saúde, visto que as Irmãs já contavam com o Hospital Santa Marcelina em Itaquera, comandado pela também médica, Irmã Josefina Raineri, que acompanhavam alguns médicos na comunidade do entorno. Em 1996, implantou e acompanhou as primeiras 27 equipes de saúde da família, através do Projeto QUALIS, em parceria com a Secretaria Estadual de Saúde. Com a inauguração do Hospital Itaim Paulista, em 1998, foi Diretora Técnica por sete anos e depois transferida para o Hospital, em Itaquera.
Na medicina de família e comunidade, foi a primeira médica no Brasil com o título da especialidade e auxiliando na formação e titulação dos primeiros médicos especialista no país, o que contribuiu para que o Hospital Santa Marcelina criasse uma residência médica para a especialidade. Em meados de 2012, iniciou a primeira turma do curso de medicina da faculdade Santa Marcelina- FASM, aonde lecionava a disciplina de Tanatologia e Espiritualidade, e acompanhava os alunos em suas atividades pastorais e sociais. Por meio da Câmara Municipal dos Vereadores, desde 2016, a Irmã tem o título de cidadã paulistana. E em novembro/19, foi titulada Doutora pela Universidade de São Paulo, após defesa de sua tese de doutorado.
A Missão Benin| As Irmãs Marcelinas, de origem Italiana, estão presentes em diversos países do mundo, incluindo o continente africano. Em outubro de 2007, logo após a decisão tomada no XXIV Capítulo, foi aberta a missão em Benin, com o início do primeiro ano letivo em Glo Yekon, vilarejo a cerca de 20km de Cotonou. O colégio acolhe quase 400 crianças de 03 a 05 anos de idade e oferta internato para meninas a partir dos 10 anos. Além da assistência educativa e pastoral, o colégio recebe apoio de outras obras marcelinas para atividades voluntárias e ajuda humanitária.
Missa de Envio| No ultimo domingo (9), a Catedral de São Miguel Arcanjo, localizada em São Miguel Paulista, esteve tomada de fiéis, vindos das mais diversas paróquias, unidades de saúde e comunidades, para participar da solene celebração eucarística, presidida pelo nosso bispo diocesano, Dom Manuel Parrado Carral, em ação de graças pelos 25 anos da presença missionária da Ir. Monique Bourget no Brasil, enviando-a, ao mesmo tempo, para sua nova missão à Africa. “Suas marcas ficarão gravadas no chão e no coração do povo do extremo leste da cidade de São Paulo. Irmã Monique vai semear amor, compaixão, alegria e solidariedade junto a outros povos”, disse o Bispo Diocesano em sua homilia, pedindo à religiosa que nunca perca a generosidade e o entusiasmo do primeiro amor, porque Deus é a eterna novidade e nos surpreende sempre.
A cerimônia reuniu autoridades religiosas e governamentais, colaboradores e amigos de outros locais marcaram presença, como o bispo emérito, Dom Angélico Sândalo Bernardino, da Diocese de Blumenau, que por anos trabalhou na região como bispo auxiliar, também esteve presente. Ao final, a religiosa missionária agradeceu pela presença de todos, recebeu homenagens e abraçou os convidados.
“Gratidão, perdão e até logo marcam esse momento da minha vida no Brasil. Queria ter recebido a cidadania brasileira para me senti mais perto quando ir à Africa, mas não foi possível. Mesmo assim, levarei todos vocês em meu coração.”, concluiu a Irmã.